terça-feira, 15 de junho de 2010

Sorrisos Leves =)

Eu olho por aí e eu vejo. Vejo rostos bonitos, muito bonitos. Vejo dentes... sorrisos
graciosos, a sorrir uma vida íntima rejeitada. O que será que eles querem dizer?
Na verdade a pergunta que me faço (infelizmente) é outra. Me pergunto(com próclise mesmo!)
Se é só isso mesmo que querem dizer. Isso quando DIZEM de fato alguma coisa. É impactante
como cria-se uma prisão de sensações, de pensamentos, de signos-subjetivos em troca de uma
(Não sei inventada por quem) originalidade de "ser".
Ser original, autêntico, único. E assim, nega-se o próprio "original", o "autêntico" e o "único"
que existe de fato em "ser". É preciso negar-se a si mesmo, contradizer a natureza para alcançar
um nobre almejado 'status'.
Ora, se é preciso negar o corpo, o físico para se alcançar o ideal da supremacia da vida, que é
não-material, incorpóreo(seria assim, intocável?) não se estaria assim lutando por algo talvez
inalcansável? Talvez a beleza disso tudo esteja na utopia. "Lute mas não conquiste!" Quase eclesiástico isso.
Por ter aversão à hipocrisia, o homem ele próprio é o maior e melhor dos hipócritas.
"Eu não tenho medo de escuro" é a frase que mais ricocheteia nos vastos campos da mente de alguém
que não consegue sequer raciocinar na ausência de luminosidade.
O que é belo de verdade, aquilo que quer ser apreciado e almejado é algo que não se pode nem a menos
chegar perto. Para ser feliz é preciso não saber sequer o hálito que a felicidade tem.
Talvez depois de morrer. Ou quando essa inflamação no estômago passar. Talvez seja essa
constante dor de cabeça. Seja lá o que for, vai sempre existir algo para te fazer enxergar a
felicidade mas nunca alcançá-la. É o âmbito da esperança. E seguindo um "quê" de lógica, isso vai ser sempre assim, quando não a cabeça, o estômago, quando não o estômago o dedinho do pé esquerdo, Quando não isso, aquilo.
Ora, onde, necessariamente, está a venda que foi posta perante a imagem-do-homem? Será em seus olhos?
Ou a uma polegada a frente deles? Ou talvez duas?
O que se está negando de fato? Seria a realidade subjetiva? Mas em troca de que?
Por que será que a coisa-comum(descomunificada como disfarce) torna-se mais atraente do que aquilo que pode e deveria ser o rosto próprio de cada um de nós?
Você sabe? eu sei?